Escolha de Escola

ESCOLHA DE ESCOLA

Não existe "a melhor escola ", existe a escola que melhor atende as necessidades de cada criança e família. E isto deve ser reavaliado periodicamente.

Rosely Sayão é profissional experiente e escreve bem sobre temas de educação e família. Em uma matéria para a revista Veja de 28.07.17, ela toca em assuntos que geram muita angústia nos pais, portanto, sempre muito relevantes e atuais. Entre eles,  a eterna pergunta:

 

Qual a melhor escola para os filhos? 

 

Rosely Sayão coloca que as escolas são mais parecidas do que se imagina, muito "conteudistas" . Para avaliar uma escola, ela sugere que observemos como as crianças interagem no recreio, como tratam as pessoas. 

 

No meu modesto entender, precisamos avaliar como a escola está trabalhando com conteúdo, mas também com valores.  Isso é que talvez faça a grande diferença....

 

James Heckman, prêmio Nobel de Economia -2000, renomado economista, atualmente estudioso da educação, corrobora a importância da parceria família-escola para trabalhar além do conteúdo, principalmente com crianças pequenas.

 

Trabalhar valores na escola não significa que a escola tenha que assumir o papel dos pais de educar os filhos. Entretanto,  é importante dar continuidade na escola à educação iniciada em casa. É preciso dividir responsabilidades. Pais são as maiores referências das crianças, mas, não se pode ignorar que crianças vão cada vez mais cedo para a escola, lá passam muito tempo e tem em seus professores/educadores grandes modelos.

 

Trabalhar valores. Trabalhar habilidades. São as tais habilidades socioemocionais, tão importantes para autonomia e o bem-estar da pessoa.

 

Sem querer ser redundante mas, de novo: educação vai além do conteúdo... Embora essas palavras possam fazer parte do discurso de algumas escolas, é só na prática que a gente consegue saber se efetivamente tais ideias são adotadas pela escola. 

 

Meu/minha filho(a) se sente acolhido(a), escutado(a), entendido(a) e respeitado(a)? 

 

A coordenação está aberta para diálogo? Escuta? Aceita sugestões? Dá retorno? Chama para discussões? Admite possíveis erros? 

 

Depois de uma conversa, alguma coisa realmente muda? 

 

A escola aceita participação da família em atividade conjuntas ou pais são meros expectadores?

 

Conteúdos são importantes. Língua Portuguesa, Matemática e Ciências estão aí. Nossos filhos, mais cedo ou mais tarde, orientados e respeitados seus próprios ritmos, aprenderão esses e outros conteúdos.

 

O que os professores/educadores precisam ensinar é empatia! O professor com empatia escuta, não julga, acolhe, procura entender, procura ajudar, acredita. Empatia é a ponte para outros tantos valores importantes para a formação dos nossos filhos HOJE!!!!!! Valores como respeito, amor ao ser humano, solidariedade, tolerância, auto-estima, auto-confiança- importante para o desenvolvimento de cada criança como indivíduo e o desenvolvimento do grupo a que pertencem!

 

Eu também partilho da frustração de pais que, como eu, buscam que a escola não se limite a ensinar conteúdo, mas ratifique princípios de valores, ética e humanidade, que são censo comum, portanto, partilhado e ensinado pela maioria das famílias. No entanto, via de regra, o que se recebe em troca nas reuniões de escola são frases prontas: "não é o propósito da escola", "faz parte do currículo oculto", "teria que envolver as famílias,  mas trabalhar com pais é difícil", "as crianças são o futuro, elas mudam e mudam os seus pais", etc.

 

Pois eu acredito que as crianças não são o futuro, e sim o hoje! É hoje que podemos fazer o melhor pela educação delas! É o que podemos fazer pela formação delas hoje que vai influenciar o seu futuro!

 

Existem dois aspectos que considero relevantes na avaliação de uma escola hoje em dia, além dos critérios óbvios –boa proposta pedagógica, boa formação do corpo docente, boa equipe pedagógica, bom espaço físico, boa em higiene, boa em segurança, etc.

 

Primeiro, que seja uma escola que EFETIVAMENTE trabalhe valores que ajudem no desenvolvimento da criança como ser humano. Que não seja só um discurso, ou algo que fique obscuramente escondido no “currículo oculto”  da escola. Que esses valores sejam ensinado em aulas sim,  mas que sejam incorporados no dia-a-dia, nas atividades diárias da criança, na maneira como ela é tratada, na maneira como é encorajada a tratar as outras crianças, e na maneira como as situações são tratadas na escola. Não, não é utopia!

Segundo, que seja uma escola que EFETIVAMENTE receba e acolha os pais, que tenha a intenção de trabalhar colaborativamente com pais e comunidade escolar, que queira diálogo e proximidade, que queira orientar e também queira ouvir. Na minha opinião, a escola que não se dispõe a trabalhar com pais, está na contramão das necessidades da sociedade atual e dos rumos das tendências de educação no mundo!

Não existe escola perfeita, não existe a melhor escola. Porém existe a escola que funciona melhor para a família da gente, para as nossas necessidades. Eu costumo dizer porque realmente acredito:  A melhor escola, é a escola que é boa/funciona para o filho da gente! E isso precisa ser continuamente reavaliado...

 

Marcela Moura - 29/07/17

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Dra Marcela Alves de Moura Especialista em Psiquiatria - Associação Brasileira de Psiquiatria. Mestrado e Doutorado em Psicologia Clínica - Washington State University - EUA

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