Eletrônicos: Pais, Não Dá Para Ignorar a Ciência!!!!!!

ELETRÔNICOS: PAIS, NÃO DÁ PARA IGNORAR A CIÊNCIA!!!!!!!

 

A tecnologia é boa, seu uso indevido é que faz mal!!! Há uma infinidade de trabalhos científicos demonstrando os efeitos nocivos do uso indevido de eletrônicos na saúde física, mental e bem-estar de crianças e jovens. Em função disso, pelo menos desde 2014 a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria se posicionaram, fazendo recomendações muito claras sobre o uso de eletrônicos entre crianças e jovens. Em 2019, a Sociedade Brasileira de Pediatria também se posicionou e divulgou orientação para pediatras e pais.

 

Para crianças e adolescentes, é preciso acrescentar, uso indevido significa uso excessivo e sem supervisão parental adequada.

 

São muitas as coisas para as quais pais zelosos devem atentar:

 

CONTEÚDO: o que o filho joga ou assiste na internet (seriados, youtubers)? Do que tratam nesses jogos, seriados e canais? Quem são essas pessoas? Quais são suas ideais e propostas de trabalho?

 

CONTEXTO: que jogos ou redes sociais ele frequenta ou tem acesso? Com quem fala? Sobre o que fala?

 

REDES SOCIAIS: Redes sociais não foram feitas para crianças!!!! Portanto, é preciso ponderar antes de liberar uso de rede social se a criança tem idade E maturidade. Antes dos 7 anos, definitivamente, não é recomendável. Depois dos 10 anos, depende da maturidade de cada criança, mas certamente com muita supervisão parental. Redes sociais envolvem muitos temas complexos, que vão além da capacidade cognitiva: privacidade (ou falta dela), maturidade emocional para lidar com conflitos e todas as questões dos “grupos”, segurança, exposição e maior vulnerabilidade, como lidar com informação, etc. Uma vez decidido que a criança tem idade E maturidade, é importante ajudar a selecionar qual rede social a criança vai usar, de preferência começar com uma. Sempre acompanhado de muuuuuuuita supervisão parental e conversa!

 

 

IDADE PARA USO: cada vez mais, vê-se crianças cada vez mais jovens usando eletrônicos a ponto de bebês mexerem nos seus tabletes ou celulares no colo de pais orgulhosos, pressupondo uma demonstração de habilidade ou inteligência do seu bebê. No entanto, é consenso, a Academia Americana de Pediatria publicou as diretrizes, crianças abaixo de dois anos não devem usar eletrônicos. Depois dos dois anos, crianças podem usar com restrição de tempo.

 

TEMPO DE USO: embora não haja uma medida precisa, avaliar as características e as necessidades de cada criança, acompanhado de uma boa dose de bom senso, costuma-se chegar na medida certa para cada criança. Uma criança mais tranquila, mais madura, com bom desempenho escolar, que lida bem com questões de responsabilidade e autonomia, pode usar seus eletrônicos mais livremente. Por outro lado, uma criança ansiosa, hiperativa, irritável, ou agressiva, ou até mesmo passando por problemas com depressão, ou que tenha dificuldades de organização de sua rotina, problemas de comportamento, dificuldade de aprendizado, vários desses problemas ou todos desses problemas, obviamente precisa ter seu uso de eletrônicos muito bem monitorado.

 

LOCAL PARA USO: não que exista um lugar específico onde os eletrônicos devam ser usados, mas a tendência é recomendar-se que os eletrônicos não sejam usados no quarto. Além de perturbar o sono (algumas crianças e jovens com eletrônicos acabam ficando acordados até muito tarde ou até virando a noite por conta do eletrônico), o eletrônico no quarto dificulta o monitoramento do que as crianças estão acessando na internet. Eu costumo recomendar que eletrônicos sejam usados em áreas de uso comum da família, como sala de estar, escritório, sala de TV, área de estudo ou de lazer.

 

HORÁRIO PARA USO: em geral, para não perturbar o horário e a qualidade do sono, recomenda-se que crianças e jovens deixem de usar eletrônicos duas horas antes do horário de dormir.

 

A tecnologia foi criada para o bem; seu uso indevido é que acaba trazendo prejuízo para a saúde e o bem-estar das crianças e adolescentes.

 

Marcela Moura 25/02/18 - editado em 26/02/19. 

 

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Dra Marcela Alves de Moura Especialista em Psiquiatria - Associação Brasileira de Psiquiatria. Mestrado e Doutorado em Psicologia Clínica - Washington State University - EUA

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